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28 de março de 2024
 
 
 
Destaques

Os jornalistas australianos, Violeta Ayala e Daniel Fallshaw, sublinharam na quinta-feira em Nova Iorque que a escravidão é uma prática institucionalizada e corrente nos campos de Tindouf, controlados pelos separatistas da Polisário.


"A escravidão  é uma verdadeira instituição nos campos de Tindouf", afirmou Violeta Ayala num encontro com a imprensa na sede das Nações Unidas, fazendo parte da sua grande surpresa quando, na companhia do seu colega, descobriu a amplitude deste fenómeno.

Na sua deslocação a Tindouf, na Argélia, a fim de realizar um filme documental sobre as famílias separadas, Ayala e Fallshaw afirmam ter assistido a cenas de escravidão e ter podido recolher numerosos testemunhos que confirmam a existência, a uma grande escala, desta prática de tempos remotos  e que eles julgavam ter acabado há muito.

"A nossa estupefação foi ainda maior  dado que nunca pudemos imaginar que esta prática, da qual são vítimas as famílias de côr, tivesse lugar nos campos", disse Ayala interrogando-se "como é possível que a  Polisário, que se apresenta como um movimento de libertação, possa  apoiar tal fenómeno".

Respondendo às perguntas dos jornalistas, que tinham manifestamente dificuldade em admitir que tais práticas, surgidas de uma outra época, pudessem existir hoje em dia, Ayala e Fallshaw explicaram que "as famílias negras não gozam de nenhum direito" e são consideradas, mera e simplesmente, como "propriedades" dos seus patrões que os  transmitem como herança aos seus descendentes.

"Pior, a escravidão é juridicamente regulamentada e protegida pela lei. Não é não somente uma prática social", sublinharam eles ainda.

Os dois jornalistas, que prepararam um filme documental sobre estas práticas, afirmaram que não ficarão por ali e que contam deslocar-se a  Genebra para expor esta questão ao Conselho dos direitos do homem.

Recorde-se que Ayala e Fallshaw, tinham sido interpelados em 02 de Maio passado pelas forças de segurança da Frente Polisário, antes de serem transferidos para os escritórios dos serviços de segurança daquela Frente, onde ficaram retidos durante cinco horas.

Após a intervenção de oficiais da MINURSO, os dois jornalistas foram conduzidos a um pequeno hotel de Tindouf, onde ficaram sequestrados durante três dias até que o ministério dos negócios estrangeiros australiano interviesse para exigir a sua libertação imediata.

Repórteres sem Fronteiras (RSF) tinha indicado naquela altura, através de um comunicado, que "os representantes da frente Polisário teriam acusado" aos dois jornalistas australianos "de se interessarem pelo destino dos membros negros da população saraui".

No início deste encontro, organizado pela ONG americana "Together Foundation", os jornalistas acreditados junto da ONU puderam assistir ao anúncio do filme realizado pelos seus dois colegas nos campos de Tindouf.

Fonte: MAP
- Actualidade relativa à questão  do Sara ocidental –

 

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