Animando uma conferência-debate, sob o tema " Esquecidos de Tindouf: drama humanitária às portas fechadas " , no Palácio das Nações, os membros desta delegação deram um resumo histórico sobre a génese da questão do Sara e retornando sobre a evolução deste processo a nível das Nações Unidas, recordarando e concluíndo assim sobre a inaplicabilidade do referendo mas optando pela procura de uma solução política.
O Sr. Mostafa Bouh, antigo membro do escritório político do Polisario, sublinhou que historicamente o Sara sempre foi uma parte do Marrocos e que Argélia afirmava no início dos anos 1970 que ela não tinha nenhuma interesse sobre o Sara. Afirmação que foi, recordado, reafirmado repetidamente pelas autoridades argelinas, acrescentando que Argel alterou a sua posição em 1975 e começou a se implicar no dossiê do Sara servindo-se para esse efeito os separatistas do Polisario.
O Sr. Bouh indicou que o conflito do Sara foi criado na esteira da guerra fria, acrescentado que a época actual é marcada pela ausência de segmentação Leste-oeste, o Polisario começou a " se deslanchar". Afirmando que em 1975, um problema humanitário veio a se juntar ao problema político, onde o Polisario explorou com vista a drenar a ajuda humanitária.
Reconstituindo a evolução da questão do Sara a nível das Nações Unidas, o Sr. Bouh recordou que a organização da ONU concluiu que o referendo era inaplicável e ultrapassado, chamando por conseguinte a procura de uma solução política.
Na frente dedesta impasse, acrescentou, o Marrocos, que vive uma grande mudança democrática, propôs a concessão atribuindo uma larga autonomia às províncias do Sul.
" O Marrocos propôs então atribuir às províncias do Sul uma larga autonomia, o Polisario deve aceitar sem fazer concessões porque a independência é uma quimera e as Nações Unidas sabe disso" , afirmou o Sr. Bouh, recordando o largo apoio que recolheu a proposta marroquina entre a comunidade internacional.
Interveniente aquando deeste conferência-debate, organizado em margem da nona sessão do Conselho dos Direitos do Homem (CDH), a Sra. Saadani Maoulainine, vítima de deportação forçada, afirmou que para além da sua dimensão política, o conflito do Sara comporta um drama humano que dura desde mais de trinta anos, recordando ter sofrido as violações que desrespeitam os direitos de homem nos campos de Tindouf, desde que ela tinha sido deslocada com cinco anos de idade em Cuba onde tivesse passado quase 16 anos.
As crianças, tem dito, são deslocadas de modo que as suas mães não possam deixar os campos. " Sou um exemplo de mulheres Saranianas que sofreram e que continuam a sofrer nestes camps" , acrescentou, denunciando o masacre que estas mulheres suportam sob a direcção separatistas.
A Sra. Maoulainine escovou um quadro sombrio da situação dos direitos do homem nos campos de Tindouf onde o Sahraouis, bem como as suas famílias, continuam sofrendo as piores violações dos direitos do homem.
Estes pessoas em campos embora " os direitos do' homem não são protegidos e a população vive em condições que não são dignas dos seres humanos" por essa razão elas " são privado dos seus direitos de ir e ver, de expressão, aquelo faz objecto de sanções arbitrárias e desaparecimentos forçados, de assassinatos contra a maioria das crianças e das mulheres que sofrem de desnutrição e doenças" , denunciou. Sr. Sidati GR Ghallaoui, exrepresentante do polisario na Itália.
Ele expressou ainda sobre o demorado tratamento ligado a dimensão humanitária do conflito do Sara, insistindo sobre denuncia ds violações dos direitos do Homem nos campos de Tindouf.
Estes campos, tem dito, onde há as deportações, as separações de famílias, as privações de liberdade e onde os sahraouis não dispõem de documentos de identidade que permitir-lhes -iam deslocar-se ou de deixar estes campos.
" Não se pode sair dos campos sem uma autorização do frente Polisario assinada pelo líder militar da região de Tindouf, que depende por sua vez da região militar argelina de Bechar" , precisou.
Denunciou seguidamente as condições de vida nos campos onde as populações não beneficiam dos cuidados de saúde convenientes e não têm um nível de vida decente, bem como sofre da alienação cultural e da ruptura familiar da qual as crianças deslocadas são vítimas.
No que diz respeita a fixação do polisario e as suas teses ultrapassadas, o Sr. GR Ghallaoui sublinhou que o Magrebe árabe não tem necessidade da criação de um pequeno Estado, mas da estabilidade, a paz e o desenvolvimento, acrescentando que a proposta de autonomia das províncias do Sul permitiria aos sahraouis de gozar dos seus direitos culturais, económicos e pôr termo à tragédia humana que se desenrola nos campos de Tindouf.
Moulay Ahmed Mghizlate, membro do Conselho real consultivo para os Negócios sarianos (CORCAS), tem por seu lado, recordado as três missões fundamentais das quais o Conselho foi encarregado, nomeadamente a reconciliação, o desenvolvimento e a preparação do plano de autonomia.
Indicando ainda que o plano de autonomia tinha sido elaborada com a contribuição das instâncias representativas das regiões, os notáveis, recordando vasta a campanha de consultas efectuada para esse efeito pelo CORCAS em Abril de 2006 junto aos cidadãos sahraouis que favorecem, assim uma reflexão colectiva, que é, tem dito, à base de qualquer democracia e de proximidade.
O projecto de autonomia que o Marrocos propõe num espírito a abertura e em conformidade com as resoluções do Conselho de segurança da O.N.U visa um regulamento exactamente, equitativo e definitivo do conflito do Sara, sublinhou o Sr. Mghizlate, destacando o desenvolvimento que as províncias do Sul conhecem desde a sua recuperação em 1975, em todos os domínios económicos, sociais, culturais.
Fonte: MAP
Actualidade sobre o Sara ocidental/Corcas -