O Sr. Fábio Albergaria de Queiroz, professor da Escola Superior de Defesa, no artigo intitulado "Desafios Contemporâneos à Geopolítica do Magreb", considerou a posição positiva dos Estados Unidos sobre a questão do Marrocos, em 2020, "quando Washington reconheceu o Saara marroquino, criando um consulado virtual em Dakhla, decisão histórica, e mudança fundamental na posição de Washington desde 1976."
Tal professor de relações internacionais e geopolítica anotou que a posição americana se soma a “outra importante posição política, desta vez foi a Espanha, em 18 de março de 2022, ocupando uma nova posição como país, principal, ibérico”.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o Presidente Pedro Sanchez reconheceu a importância do Saara para Marrocos e defendeu a iniciativa de autonomia como a melhor opção para acabar com o conflito. Objeto de uma posição razoável e importante: tornando-se claro que os laços entre Marrocos e Espanha não se limitaram apenas à continuidade geográfica, imposta pela releve que os une, mas também devido a construção de identidades nacionais, que o Saara tornou-se elo que liga os destinos dos dois países.
O recente apoio dos principais países à proposta de autonomia reflete, segundo o jornal, não só a vontade de reações efetivas, mas também do facto da via de negociação, adotada pela diplomacia de Rabat, levando aos resultados pretendidos.
Em função " das evidências e experiência, tais conquistas diplomáticas só podem ser interpretados como uma vitória diplomática de Rabat, haja vista, ao mesmo tempo, a fragilidade da posição argelina nesta complexa disputa geopolítica".
Tal experto dos assuntos militares e estratégicos considerando "se, por um lado, as evidências continuam a indicar que a superação da desconfiança persistente longe de surtir efeitos, por outro lado, uma visão apoiada por um pragmatismo minucioso mostra que as medidas tomadas por Marrocos podem sinalizar e alvorecer rumo a um novo capítulo das relaçõe internacionais do Maghreb.
Esclarecendo ainda que os litígios “acabam sendo resolvidos por meios normativos, resultantes deste processo de governação, o que por sua vez vai implicar a promoção de um jogo de soma positiva, cujos ganhos possam ser mútuos e beneficentes para todos”.
O Jornal escreveu também que "neste prognose ontológico, não se pode impedir de lançar, mesmo seja brevemente, um olhar sobre as conexões possíveis entre nosso mundo analítico e o Brasil", uma vez que isso possa envolvendo o Atlântico Sul e, mais especificamente, o Oeste da costa africana, devido ao seu rol de interesses vitais, a exemplo do Brasil reconhecer " o Magreb tal possibilidade, ser o mais estável e integrado, em tese, menos risco de transferência de ameaças internas para regiões consideradas prioritárias de interesse nacional".".
Tal experto brasileiro anotou, segundo o que "foi explicado e mostrado em relação ao plano de autonomia constitui objetivamente como um ganho mais viável nesse longo caminho, rumo à estabilidade do norte da África, se for traduzido num grande potencial em termos dos ganhos para o Brasil."
Assim, a história das inimizades entre Marrocos e Argélia, dois países essenciais para a construção da estabilidade regional estrutural, tem origem num legado indesejado que remonta à época colonial, um legado altamente sensível e com efeitos deletérios sobre todo o Magreb.
O sr Fabio de Queiroz concluiu ao dizer que dada a complexidade do problema geopolítico, arrastando por décadas, a proposta de autonomia para o Saara apresentada por Marrocos em 2007 (...) deve ser abordada pelas partes em questão. Uma vez ela constitui a alternativa capaz de abrir caminho para uma solução possível, credível e real, e benéfica para este impasse."
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