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30 de abril de 2024
 
 
 
Imprensa Escrita

O antigo director do diário argelino "Le Matin", Mohamed Benchicou, que cumpriu dois anos de prisão por motivo de infracção oficial à regulamentação de câmbio, considerou, na quinta-feira, que "se o governo de Zapatero defende com sucesso, junto dos seus homólogos europeus, a tese marroquina (sobre a questão do Sara), é porque sabe que está a defender a estabilidade de um Marrocos que é familiar às gerações de hoje, ou seja, de um país mais presente, mais moderno, mais prometedor, e mais legível pelas opiniões ocidentais, sobre o aspecto democrático, ".




Numa crónica semanal publicada pelo diário argelino"Le Soir d’Algerie", que lhe abriu espaço após o desaparecimento do seu jornal, Mohamed Benchicou elabora um quadro sem concessões sobre os fracassos da Argélia, nomeadamente sobre o  dossier do Sara, considerando que Marrocos soube "transformar a situação em sua vantagem".

 Benchicou afirma que o sonho dos líderes argelinos, durante estes últimos anos, era "portador de amargas desilusões, ligadas a um mundo ancestral que se desaba debaixo dos nossos olhos, e do qual a Argélia não soube medir a amplitude", evocando "a morte de um quimérico tratado de amizade com a França, sonho que partiu em fumo com a reforma de Chirac, a pungente derrota diplomática sobre o dossier do Sara Ocidental, e o incrível agravamento do mal-estar social e do desemprego que atinge os jovens".
Segundo o antigo director do jornal "Le Matin", "a Argélia não chega a dar-se conta do seu desfasamento, nomeadamente no que respeita ao novo discurso em voga, mais precisamente em França, no contexto das próximas eleições, e com a partida de Jacques Chirac".
«Este discurso de uma nova geração, não pode ser compreendido pelo regime argelino que está completamente desfasado, mas o rei Mohammed VI, soube habilmente captá-lo para utilizá-lo a seu modo, fazer-se ouvir, melhorar a imagem de Marrocos e transformar em sua vantagem a situação diplomática do  Sara ocidental".

 Benchicou acrescenta que "a adesão da Espanha às teses marroquinas torna-se, neste aspecto, um fracasso consumado para Argel".

Além disso, Mohamed Benchicou declara não estar de acordo com a análise de Abdelaziz Rehabi, antigo diplomata argelino destituído das suas funções de ministro da comunicação há alguns anos e actualmente convertido em homem de negócios, quando fala "de uma estratégia que visa isolar a Argélia".

O autor do artigo considera, a esse respeito, que "o regime argelino isolou-se por suas próprias mãos, pelo seu autismo, imobilismo, obsolência, e autoritarismo".

"Já não estamos na diplomacia de Boumédienne. Houve um mundo que desabou", afirma Benchicou, sublinhando que "no novo mundo, o Marrocos de Mohammed VI, mais aberto, mais dinâmico, mais moderno, talvez mesmo mais democrático, está a marcar pontos".

E de salientar que, "num Magrebe onde a Mauritânia oferece um exemplo edificante com uma segunda volta das eleições presidenciais, a Argélia confirma o seu arcaísmo".

 

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