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1 de maio de 2024
 
 
 
Imprensa Escrita

O embaixador de Marrocos na ONU, Omar Hilale, reiterou nesta terça-feira em Nova York, o "forte compromisso" de Marrocos no processo político "que passa  imperativamente" pela "neutralidade" do Secretariado das Nações Unidas, avisando contra qualquer tentativa de "superação" do mandato da MINURSO, o mesmo de colocar "em perigo a própria existência" dessa missão.



"Eu gostaria de reiterar o nosso forte compromisso com o processo político que só pode ser alcançado através da neutralidade do Secretariado das Nações Unidas, a imparcialidade da MINURSO, a previsibilidade no processo de negociação e a transparência na facilitação para que o discurso delibrado em Rabat, Argel, Tindouf e Nova York seja o mesmo, e, assim, evita a duplicidade de linguagem, gerador de tensão, e de perda de confiança", disse Hilale em entrevista ao MAP, em Nova York.

Sr.Hilale evocou em especial os "rumores da demissão do pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Saara, Christopher Ross e aqueles que têm feito objeto ", de questões recorrentes esta semana, durante o ponto de Imprensa do porta-voz da ONU.

Marrocos, "não reage aos rumores sobretudo quando fazem objecto de perguntas e respostas preparadas em estas etapas e niveis da Secretaria Geral das Nações Unidas com o objectivo de exercer pressão" sobre Marrocos, tem sublinhado ele.

"Lamentamos que alguns serviços da ONU se deixam ser instrumentalizados para este efeito", disse ele. "O mais importante nessa  negociação política não é o homem, mas é o próprio processo", acrescentou Hilale, citando o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger.

Marrocos, por seu lado, continua "comprometido com o processo de negociações políticas da ONU, sob os auspícios do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e do Conselho de Segurança", tem acrescentado, precisando que o reino "permanece totalmente comprometido a fazer todo o possível para alcançar uma solução política, consensual e duradoura" diante da disputa regional, sobre o Saara e com base em "sua proposta de autonomia", apresentada em 2007 e qualificada, desde, por todas as resoluções do Conselho de Segurança, de séria e credível.

"Se isso nao se assegura que Marrocos, requerendo o regulamento deste problema, hoje antes de amanhã, porque a região do Sahel-Saaraniano,  África do Norte e Oriente Médio atravessam os momentos os mais conturbados de suas histórias.

A cojuntura nebulosa de terroristas de Al-Qaeda e suas afiliadas, as correntes de extremismo, o Estado Islâmico do Daech, os grupos separatistas da região do Sahel, além dos traficantes de drogas, de armas e de seres humanos representam um  perigo  sem precedentes, não só para a estabilidade ea segurança destas regiões, mas especialmente para a própria existência de alguns de seus Estados".

Seu perigo e ameaça, tem prosseguido, "são mais graves do que a disputa sobre a questão do Sara, daí a necessidade de colocar de lado as diferenças, de unir-se e cooperar para fazê-los face. "No que diz respeito às raizes no seio das Nações Unidas que falam da "oposição" de Marrocos a visita que Sr. Ross deseja efetuar a regiao, Sr. Hilale tem oposto a um desmentido formal " para essas afirmações.

"Eu desmento isso categoricamente. Marrocos não tem costume de impedir os responsáveis da ONU para vir até lá",  insistiu ele.

No entanto, Marrocos acredita que "as visitas não são um fim em si, mas uma oportunidade para fazer avançar o processo de negociação. Daí a importância de uma preparação cuidadosa", defendeu ele.

É " forte desta convicção que o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, através do Sr. Salaheddine Mezouar, que tem despachado para Nova York, em 18 de junho, uma delegação de alto nível, chefiada pelo Secretário-Geral do Departamento para atender e discutir com sr Ross e dos objetivos da sua visita e as formas e meios para garantir o seu sucesso ", revelou o embaixador, precisando que" os contatos com o Sr. Ross foram francas e construtivas".

Eles  têm "permitido abordar, disse ele, todos os aspectos do processo de negociação, incluindo os desvios do último relatório do Secretário-Geral, bem como a necessidade de imprimir a maior clareza em sua missão, a transparência nas entrevistas e na elaboração de relatórios e, sobretudo, uma maior previsibilidade para o futuro"

Neste contexto, Marrocos tem remetido " um questionário sobre este diferendo e seus aspectos. Uma resposta por sua parte tem sido prometida na semana. Temos esperado desde há quase dois meses", revelou ainda.

A uma pergunta sobre uma suposta demora do novo representante especial do Secretário-Geral da ONU, Kim Bolduc, para ocupar sua posição após a saída de seu antecessor, no final de sua missão, em julho, tem explicado o embaixador sem "nenhum atraso", porque Sra. Bolduc nao "iniciou a sua missão em 1 de Setembro de 2014".

E se houver atraso, ele "não é para o Marrocos, mas é do Secretariado da ONU e isto é por duas razões", segundo Sr. Hilale, ou seja, em primeiro lugar, "apesar de reconhecer que a sua nomeação é por motivo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o "procedimento da sua nomeação não foi respeitada."

Na verdade, tem dito, Marrocos "não foi consultado nem antes, nem durante ou depois, como foi o caso com os seus antecessores", sublinhando que o Reino tem "sido informado por escrito três semanas antes da nomeação do inglês Julian Harston. A nomeação do egípcio, Hany Abdel-Aziz tem sido objeto de várias conversas telefónicas entre DPKO (Departamento de Manutenção da Paz das Nações Unidas) e do Embaixador, Representante de Marrocos.

A nomeação do último representante permanente, o Alemão Weisbrod-Weber Wolfgang foi notificado quatro dias antes. "É por isso que" nós interrogamos legitimamente sobre o não cumprimento destas práticas para a nomeação de Sra. Bolduc, além disso, afirmou ele que "esta atitude do Secretaria aconteceu um dia depois de excessos inaceitáveis ​​do último relatório  sobre o (Saara), do Secretário-Geral da ONU", em abril passado.

Marrocos, prossega ele, "nunca se opos no passado a nenhuma  nomeação dos representantes pessoais" do Secretário-Geral. No entanto, a sua "única queixa é o respeito da prática consagrada," martelou ele.

A segunda razão avançada pelo Embaixador é que Marrocos tem identificado as "manobras que tentam expandir o mandato da MINURSO antes até da chegada de Sra. Bolduc para consagrar um fato consumado."

Um fato que "Marrocos nunca permitiu porque alguns no seio do Secretariado da ONU, que detém posições políticas ou ideológicas, querem impor de facto o que eles não podem alcançar nas várias resoluções do Conselho de Segurança da (ONU) ao sujeito da extensão da MINURSO ", disse ele.

E de lembrar que o "mandato da MINURSO que se reparte em três pontos: monitorar o cessar-fogo, reduzir o risco de explosão de minas e outros restos explosivos e remanescentes de guerra, suportar as medidas de confiança com o apoio do HCR especialmente no contexto das visitas familiares (CBM) ". Por isso, alertou ele, que "qualquer desrespeito do mandato será inaceitável.

Porque  as manobras atuais visam claramente fazer da MINURSO um centro das Nações Unidas no Saara, no pior, um lugar de encontros dos separatistas com os visitantes estrangeiros das nossas províncias do sul. "

"Marrocos tem dito em voz alta : estas manobras colocam em risco a própria existência da Minusro, Marrocos nao exige nem mais nem menos que o cumprimento estrito e integral do mandato da MINURSO." Insistiu ele.

"A conjuntura regional é tão desturpada e perigosa que ela chama por parte dos países da região, mais particularmente a Argélia, para um passo de responsabilidade, de realismo e de coragem política para garantir um futuro melhor para as gerações futuro ", sublinhou ele.

- Notícias sobre a questão do Saara Ocidental/ Corcas

 

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