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25 de abril de 2024
 
 
 
Imprensa Escrita

O Presidente do Conselho Real Consultivo para os Assuntos Sarianos, Sr. Khalihenna Ould Errachid, deu uma entrevista ao "La Nouvelle Tribune", a qual foi publicada em 30 de Março de 2006.



Para o Sr. Khalihenna Ould Errachid, Presidente do Conselho Real Consultivo para os Assuntos Sarianos, o discurso do Rei revela a sua intenção de pôr definitivamente termo à questão do Sara. Nesta entrevista exclusiva dada ao semanário marroquino “La Nouvelle Tribune”, o Sr. Khalihenna Ould Errachid declara que os Sarauis esperam por esse momento, sinceramente e de maneira diametralmente oposta aos discursos sionistas da Frente Polisário.
 

  “La Nouvelle Tribune”: quais são as suas primeiras acções em relação ao memorando que Marrocos vai apresentar, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas?

Khalihenna Ould Errachid: É necessário sublinhar em primeiro lugar  que o Conselho Real Consultivo para os Assuntos Sarianos ainda não realizou a sua primeira reunião e que uma das missões atribuídas a esta instituição é de dar o seu parecer sobre o projecto de autonomia que o Reino do Marrocos vai propor às Nações Unidas. Ainda não debatemos este dossier, mas isso será a nossa primeira tarefa no futuro e no âmbito das consultas reais.
Pergunta: qual é a novidade ou a particularidade deste Conselho em relação ao antigo Departamento Encarregado dos Assuntos  Sarianos?

Tomei a cargo, já  há longos anos, o Ministério de Desenvolvimento das Províncias Sarianas que realizou a sua missão. Mas agora, as coisas são diferentes. Trata-se da preparação de um projecto muito mais vasto que vai resolver, uma vez por todas, o assunto do Sara e erradicar definitivamente este problema. Porque Sua Majestade o Rei acedeu à antiga reivindicação das populações do Sul, que se encontram muito afastadas da capital, para uma descentralização muito alargada ou uma autonomia que lhes permitirá uma participação política, económica, social e cultural na construção do novo Reino de Marrocos. É uma missão apaixonante e que tem por objectivo procurar a adesão de todos os Sarauis em Laâyoune, Dakhla, Smara, nos campos de Tindouf, na Mauritânia ou em qualquer outra parte do mundo. É um projecto que é do interesse deles em primeiro lugar, mas que também diz respeito ao presente e ao futuro. E penso, pelos meus verdadeiros sentimentos de Saraui, que é exactamente o que convém às populações do Sara.

Noutros termos, o projecto de autonomia ou de regionalização alargada responde perfeitamente às aspirações do Sarauis?

Obviamente. Porque eles são, acima de tudo, Marroquinos de direito, Marroquinos de sangue, são Marroquinos pela sua pertença a este conjunto marroquino. Eles têm a vontade constante, pela sua situação geográfica, pelas condições económicas herdadas do colonialismo, de desejar, de afirmar e de ter um lugar seguro e garantido por Sua Majestade o Rei com a adesão de todo o povo marroquino e de serem um dos pilares deste Reino com uma participação política que não esteja ligada a riscos políticos. Se esta participação for garantida, ela dar-lhes-á  acesso a um desenvolvimento a nível económico, social, cultural e a satisfação e o orgulho de pertencerem a este grande Reino de Marrocos.

Com base na sua experiência, pensa que o Conselho terá os meios necessários para levar a efeito esta importante missão?

Sua Majestade o Rei é o garante destes meios, e é por isso que o Conselho Real depende dele directamente, como ele o anunciou no seu discurso histórico em Laâyoune. Porque nunca houve um discurso similar nem uma concessão similar, com uma reconciliação sem precedentes, anunciada pelo próprio Chefe supremo, o Chefe de Estado, o Rei Mohammed VI. Por conseguinte, o facto  do Conselho Real  estar ligado directamente a Sua Majestade, dependendo directamente dele, confere a esta instituição toda a sua legitimidade. Isto dá-lhe ainda uma maior dinâmica, uma força que nos permitirá, muito certamente, alcançar o êxito desta missão.


Pensa que os projectos sociais e económicos que são realizados ou empreendidos em Laâyoune, bem como  nas outras províncias do Sul remedeiam a situação de precariedade que conhece esta parte de Marrocos?
Devo dizer que  Marrocos investiu muito nesta região desde 1975, dado que se tratam de regiões que estavam completamente desprovidas de todas as infra-estruturas. Não existiam cidades, nem estradas, nem portos e aeroportos, sem falar das aduções de água potável. Por conseguinte, Marrocos fez muito nestes últimos trinta anos nesta região, mas penso que, certamente,  acções de investimento e de desenvolvimento deveriam ser fomentadas para responder melhor às necessidades das populações. É uma das missões essenciais atribuídas por Sua Majestade ao Conselho Real. E muito em breve iremos dedicar-nos a esta tarefa.


Qual poderia ser o papel das outras associações bem como dos partidos políticos nesta nova missão?

Cada partido ou associação deverá desempenhar o seu papel e todos trabalharão para uma causa única, para o êxito desta missão de Sua Majestade, para encerrar definitivamente esta questão do Sara com a completa adesão da população saraui. Além disso, o importante é que este projecto não seja um projecto imposto. Ele responde a  uma necessidade, a uma reivindicação legítima e a uma aspiração. A adesão real, total, honesta das populações garante o seu sucesso. Por conseguinte, cada um deverá colocar a sua peça no edifício que Sua Majestade nos incumbiu de construir nesta região.

- Artigo de imprensa relativo à questão do Sara ocidental


 

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